quinta-feira, 14 de março de 2013

privatistas querem voltar à cena


Nas últimas semanas, a mídia comercial conservadora centrou baterias em uma série de ataques à Petrobrás. A TV Globo chegou a comparar a “bem sucedida” privatizada Vale do Rio Doce com a “decadente” estatal do petróleo. 
Quem conhece um pouco a imprensa tupiniquim sabe que ela não ponto sem nó. “Coincidentemente”, após essa onda de ataques, o PSDB abre sua corrida presidencial com um seminário “Recuperar a Petrobrás é o nosso desafio”, em referência ao slogan publicitário da companhia
No dito seminário, que serviu apenas de palanque eleitoral para Aécio “Never”, os emplumados apresentaram os “problemas” da Petrobrás, mas não disseram uma única palavra sobre as diversas tentativas de seu partido de privatizar a empresa. 
A Petrobrás tem problemas, sim, muitos deles decorrentes da ainda herança maldita dos tempos de neoliberalismo tucano, quando a empresa foi jurada de morte pelos então grandes líderes do PSDB, que se encontravam no governo.
Em 31 de janeiro de 1998, o então ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que não deixou nenhuma saudade, afirmava que, a Petrobrás é “um dos últimos esqueletos da República” e que então o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, teria de desmontá-la “osso por osso”. 
Em 8 de março de 1999, no Memorando de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o governo do PSDB explicita sua intenção de vender “o restante das suas ações não votantes da Petrobrás”, para atender a exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI).
No final daquele mesmo ano, FHC incumbiu o então presidente da companhia, Henry Reichstul, de mudar o nome da empresa para Petrobrax sob o argumento de que seria mais fácil vender a empresa no mercado internacional, pois o “brás” do nome remetia a “Brasil” e soava como algo subdesenvolvido.
Desde então, o movimento sindical mantém a grafia da empresa com acento agudo na última sílaba para reforçar o caráter nacional da empresa. 
São esses senhores que agora vêm dizer que querem recuperar a Petrobrás. Os mesmos que recentemente criticaram a desoneração da cesta básica e a redução das tarifas de energia.
A dobradinha PSDB/imprensa lembra a tática de certa facção criminosa que ateia fogo em ônibus, atira em policiais, causa terror em público para depois reivindicar de dentro dos presídios. Aqui, a imprensa conservadora faz o terror e os velhos piratas aparecem na pele de cordeiros.