Como era de se esperar, passada a quarta-feira de cinzas, o PT homologou a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, como candidata do partido à sucessão de Lula. Parte politicamente significativa do PT se encontra com cargos no governo ou a eles anexados de alguma forma ou na área de influência de algum parlamentar e não iriam contrariar o chefe Lula. em outra ponta, o lulismo é muito forte dentro do partido e boa parte da massa de militantes e filiados do PT agem como orienta o presidente da República.
Alguns petistas, no entanto, se indignaram com a forma como ocorreu a indicação, sem debate interno, sem prévias, sem a salutar disputa que sempre moveu o PT. Têm razão, mas sob a ótica da disputa política, quem "impôs" Dilma foi a oposição; ou melhor, as oposições.
Dilma tem um passado de luta contra a ditadura militar, de presa política, situação que lhe dá status e também servirá de arma para a turma do Serra. A experiência de ser oposição ao regime, ser presa, torturada, moldou seu caráter guerreiro e suas melhores qualidades.
A outra oposição, movida por tucanos, demos e outros bichos, travou intensa guerra contra o governo e naturais presidenciáveis, como Zé Dirceu, Palocci, Genoíno e outros, sucumbiram nesta batalha. Em um cenário diverso, com certeza outro cacique seria o candidato de Lula e do PT.
Dilma ainda tem muito que apresentar à sociedade e à militância para se credenciar como sucessora do maior líder político desta geração.
Em tempo: deus nos acuda ter michel temer como vice.